Crítica do filme Jogador nº1

Há muito tempo um filme não me fazia vibrar tanto dentro do cinema. Acho que desde o primeiro Vingadores e O Senhor dos Anéis. A aventura estabelecida nesta adaptação do livro homônimo de Ernest Cline, dirigida por Steven Spielberg, é exatamente assim.

O protagonista é Wade Watts (Tye Sheridan), um garoto que queremos ser amigo desde o início e viver com ele e seus amigos aquelas aventuras no OASIS. Fica claro que é uma crítica ao demasiado tempo que a sociedade passa ligada ao mundo virtual, enquanto a vida real é deixada de lado, embora seja um anúncio de um futuro não muito distante também. O ano é 2044; fome, guerra e desemprego fazem com que as pessoas busquem uma válvula de escape. A trama é bem simples: o excêntrico criador do OASIS, James Halliday, deixou easter eggs escondidos nesta realidade e apenas os melhores jogadores conseguirão encontrá-los, se tornando o dono da maior empresa do mundo, pois Halliday morreu. Isto inicia uma corrida atrás do Santo Graal, inclusive o nome do avatar de Wade no OASIS é Perzival, o cavaleiro do rei Arthur que encontra o Graal, de acordo com as lendas arthurianas.

Vai Ciclope! Ops, filme errado..rs

O filme fala sobre buscar o easter egg e ele próprio está recheado deles! É incrível ir reconhecendo as referências da cultura nerd dos anos 80 e vibrando com aquela lembrança da infância dos games clássicos desde o Atari, passando pelo SNES e os que marcaram época até os novos consoles como Playstation e Xbox.
Contudo, a referência não é gratuita, ela move a história e nos deixa imersos naquele universo que não para. O enredo é claro, dinâmico e o tempo inteiro avança nos levando ao próximo passo, sempre torcendo pelos heróis.

O ponto alto do filme está, obviamente, nos efeitos visuais. Vale muito a pena assistir em 3D na maior tela de cinema que puder, e ainda assim será difícil captar cada um dos detalhes; talvez quando sair em vídeo e puder ir pausando. Não posso deixar de falar também da trilha sonora que é fantástica! Impossível não querer dançar a cada troca de música durante as cenas.

Jogador Nº 1 é uma surra de referências e easter eggs gostosa de se levar. Provavelmente quem viveu ou aprecia os anos 80 aproveitará melhor a experiência, tal
como nerds, gamers e geeks 80tentistas. Para os demais será mais um filme de ação repleta de computação gráfica. Ainda assim, um filme muito bom.

Embora não tenha lido o livro no qual o filme se baseia, pelo o que foi dito não está fiel ao enredo original, porém a ideia e o conceito estão intocados e bem feitos. Um ponto negativo que vale a pena ser ressaltado: uma sequência no ápice da ação com ‘efeito Scooby-Doo’, não vou comentar mais para não dar spoilers. Porém poderia ter sido melhor concebida. Como ninguém vê determinado personagem em cena se esquivando por trás dos móveis e saindo de fininho? Além do local em si não ter câmeras de segurança? Ficou galhofa…

Não precisa, porém, se vier uma continuação, que seja bem roteirizada e que acrescente algo na história e não seja apenas para lucrar mais com ingressos.

Nota 9,5.

 

Ficha Técnica
Título Nacional: Jogador Número 1
Título Original: Ready Player One
Tempo de duração: 140 minutos
Direção: Steven Spielberg

Dia 29 de março nos cinema.

Quem Escreve

2 thoughts on “Crítica do filme Jogador nº1

  1. Otimo texto Thiago, o filme foi uma agradavel e inesperada surpresa!
    Leia o livro se puder, os primeiros 8 capitulos e um pouco chatinho, mas depois……….

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