O Deus do Cinema nos transporta pro cinema clássico japonês

No filme O Deus do Cinema temos Goh, um mulherengo, jogador de apostas e um péssimo pai. Sua esposa Yoshiko e sua família não confiam mais nele e tudo parece perdido. É então que Goh é lembrado de sua antiga paixão: o cinema. Ele e seu velho amigo Terashin trabalharam juntos em um estúdio de cinema, onde estavam cercados por grandes diretores e grandes estrelas, e é nesse vai e vem de presente e passado que a história se passa.

Esse é o 92º filme de Yoji Yamada, baseado no romance “Kinema no Kamisama” da popular romancista ganhadora de vários prêmios Maha Harada, inspirado em sua própria família e experiências, também é uma comemoração do centenário da Shochiku Films e, particularmente, de seu estilo de marca registrada, ‘Cinema Shochiku Brilhante e Alegre’. O filme de 2021 está em cartaz no cinema asiático Sato Cinema, recém inaugurado na Liberdade, em São Paulo.

Para quem é fã de cultura japonesa e do estilo de cinema clássico da terra do sol nascente, O Deus do Cinema é repleto de nostalgia. Com uma cinematografia que capta ambas as épocas com realismo, e com um colorido intenso, o filme começa no presente, no começo da pandemia da COVID-19. Somos apresentados a Kenji Sawada como Go Maruyama, um rabugento homem de 78 anos que está passando sua velhice bebendo demais e acumulando dívidas de jogo. Depois de receber uma ligação de um agiota, a sofrida esposa de Go, Yoshiko (Nobuko Miyamoto), e sua filha de meia-idade, Ayumi (Shinobu Terajima), ameaçam expulsá-lo da casa da família se ele não se endireitar. É então que entra num extenso flashback nos contextualizando sobre as personagens principais do filme: a família e o melhor amigo.

A todo momento, apesar de levantar discussões sociais pertinentes, o filme possui um tom cômico leve, nos mostrando as desventuras de Go e como ele chegou aonde chegou em sua vida. É um filme bastante realista, logo não vá esperando finais felizes e soluções mágicas para a vida das personagens.  Poderia até ser um filme mais interessante, se não fosse demasiadamente longo (desnecessariamente), com 2 horas e 5 minutos de duração.

 

Nota:

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