Crítica do filme A Sindicalista

O filme conta a história de Maureen Kearney, uma representante sindical de uma potência nuclear multinacional francesa que se envolve numa espécie de espionagem industrial, lutando sozinha contra ministros do governo e líderes da indústria para trazer o escândalo à tona. Ela é perseguida, violentada e condenada a prisão por mentira e difamação.

Isso tudo poderia parecer um roteiro comum de um filme passado na época de ditadura, nos anos 40, mas essa história real aconteceu muito próximo de nossa época atual, entre os anos 2012 e 2018. O filme é baseado em ‘La Syndicaliste’ (‘The Union Official’), um livro da jornalista investigativa Caroline Michel-Aguirre, que conta o caso da vida real de uma sindicalista que foi atacada em sua casa enquanto a investigava a indústria nuclear francesa, e seus acordos obscuros. Depois ela foi acusada de forjar seu próprio estupro, desacreditada, presa e multada.

A princípio, todos simpatizam com suas alegações de que ela está sendo intimidada por forças sombrias. Então a polícia começa a pensar que ela fingiu o assalto e sua vida desmorona. Em nenhum momento fica claro se eles foram comprados ou eram misógenos. O que choca é que a história desse filme realmente aconteceu e podemos ver como, até os dias de hoje, as mulheres ainda passam pelo desrespeito e o descrédito quando se trata de estupro.

Como todo bom filme francês, ele é lento e sem efeitos, sendo, claramente, um filme de baixo orçamento. A atriz principal é a famosa Isabelle Huppert (“Elle”, “A Professora de Piano”) que no auge dos seus 70 anos interpreta uma mulher na casa dos 40/50 (bem trabalhada na maquiagem) e não deixa a desejar.

A Sindicalista é um filme com uma história interessante e que vai te deixar com muita raiva do sistema, mas é um tanto longo e arrastado em algumas partes.

O filme chega aos cinemas brasileiros em 29 de junho de 2023, com distribuição da Synapse Distribution e tem 2 horas de duração. O longa, que entra em circulação comercial após ser exibido pela primeira vez no país no Festival Filmelier no Cinema, é co-escrito e dirigido por Jean-Paul Salomé.

 

Nota:

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