Crítica do filme Aquaman, sem spoilers

Aquaman conta a história de Arthur Curry, o legitimo herdeiro do trono de Atlantida que nunca chegou a se tornar um rei, optando por viver no mundo da superfície junto de seu pai.

Com a crescente da poluição, o então rei Orm pretende declarar uma guerra contra o povo da superfície. Mas para isso, ele deve unir todos os reinos do oceano. E a única forma de Arthur impedir que o plano de seu irmão de certo, é assumindo o reinado, mas para isso, ele precisa achar o tridente do rei Atlan, o primeiro regente de Atlantida. O filme segue bem todas os quadrinhos do personagem, sendo um prato cheio aos fãs.

O Aquaman não é o herói mais popular entre os fãs de quadrinhos, sendo desde sua criação uma inesgotável máquina de memes sempre visto como um dos mais fracos em seu ramo.

Apesar de tudo, James Wan consegue transformar Arthur Curry em mais que um homem que conversa com peixes. Ele dá ao público um herói carismático que se consolida como o poderoso rei de Atlantida.

O filme é parte do universo compartilhado da DC Comics nos cinemas, mas mesmo assim, James Wan não fez questão alguma de deixar isso claro ao público. O filme é colorido, bonito e leve, fugindo dos padrões do início do universo e que provavelmente vai ser como vamos ver a DC nos cinemas a partir de agora.

Temos a mescla de ação com o humor de forma natural. O carisma de Jason Mamoa (Aquaman) faz com que as cenas leves se tornem bem colocadas sem serem exageradas, diferente do que aconteceu em Liga da Justiça.

Aquaman tem quase toda sua duração em baixo d’água, com as cenas na superfície sendo diretamente ligadas aos acontecimentos de Atlantida, sendo um filme totalmente focado no mundo subaquático.

O grande acerto do filme foi o grandioso mundo criado por James Wan, um mundo de cores belas, um mundo fantasioso, tornando a experiência extremamente agradável até para quem não é fã de filmes do gênero, pois todo o universo subaquático é lindo.

Como já era de se esperar, as cenas de ação não ficaram para trás, sendo uma forte característica do diretor, muito bem coordenadas desde o início, tendo uma movimentação de câmera perfeita, fazendo a experiência do telespectador ser muito mais agradável ao ver as lutas.

As atuações são outro destaque positivo do longa, a renomada Nicole Kidman (Atlanna) é absolutamente incrível em todas as suas aparições, tendo grande destaque para suas cenas de luta e fazendo funcionar muito bem a química entre ela e o Temuera Morrison (Thomas Curry), tendo suas cenas o ponto alto de romance no filme.

Por parte do Jason Mamoa (Aquaman), vemos muito de seu “jeitão” no filme, tendo uma atuação muito natural e divertida, conseguindo conquistar muito bem o público. Amber Heard (Mera) consegue ser igualmente encantadora, além de ser simplesmente linda, ela tem uma química muito boa com o Jason e isso fica claro nas telonas. Mera tem quase o mesmo tempo de tela que o Arthur, sendo um dos maiores destaques e roubando o protagonismo com seu imenso poder em muitas das cenas.
William Dafoe (Vulko) vem com uma credibilidade incrível, mostrando uma sincronia com o protagonista que ajuda muito a entender o passado e a história de Atlantida.

Yahya Abdul-Mateen II (Arraia Negra), mesmo sem ser o vilão principal, acompanhamos sua história desde o início do filme, tendo seu papel de importância semelhante ao do rei Orm, se mostrando igualmente mortal aos quadrinhos, além de um visual perfeito.
Já Patrick Wilson (Rei Orm/Mestre dos Oceanos) é um dos pontos que mais deixa a desejar no filme, um vilão que começa promissor e com boas motivações que poderiam faze-lo cair nas graças do público, se perde ao decorrer do filme fazendo-o parecer mais um louco do que um rei que pensa em seu povo.

O roteiro do filme deixa um pouco a desejar, tendo seu foco no público infanto-juvenil, sendo muito previsível e com apenas um plot-twist que por si só é bem fácil de se prever. Podendo abordar muito mais a questão da poluição dos oceanos e a necessidade de se tomar algumas medidas, que poderiam trazer muito mais credibilidade ao Mestre dos Oceanos, o filme em grande parte do tempo se parece muito com um jogo de caça ao tesouro.

Ao final ficamos com a sensação de que o universo da DC é muito mais do que nos foi apresentado, e que o filme da Liga veio cedo e a Warner pecou em não trabalhar os filmes de origens de seu heróis, que até agora foram muito bons. Que com esse novo recomeço a DC trace seu destino de forma formidável e aprenda com os erros para ter seu devido reconhecimento e mostre toda sua força. Vida longa ao rei.

Nota 8

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